Os países do leste europeu enfrentam uma crise econômica que poderá inclusive superar a enfrentada pelas economias emergentes da Ásia nos anos 90, segundo adverte
Bodgan C. Enache, em uma análise publicada pelo
Ludwig Von Mises Institute.O problema é que
estas economias concentram o crédito subprime da UE, com isto seu colapso ameaça ser avassalador para o centro da UE, devido à elevada exposição creditícia que mantêm com os grandes bancos da Europa ocidental.
Assim, “os bancos que proporcionaram boa parte do crédito no período de auge, já abalados pela crise de liquidez após os ocorridos nos EEUU e em seus próprios países, enfrentam agora a
perspectiva de grandes perdas pelos empréstimos concedidos à metade deste continente”, alerta Enache.
Como conseqüência, “nove dos bancos ocidentais mais expostos à região, liderados pelo grupo austríaco Raiffeisen, já pediram `Comissão Européia (CE) e ao Banco Central Europeu (BCE) que acudam ao resgate" destas economias com o fim de evitar as “repercussões que a falta de pagamento dos empréstimos na região teriam na saúde financeira das economias da Europa Ocidental. As economias mais expostas ao colapso da Europa do Leste são Áustria, França, Itália, Bélgica, Alemanha e Suécia”.
Expansão do créditoFoi a expansão creditícia que propiciou durante os últimos anos a política monetária aplicada pela Reserva Federal dos EEUU (Fed), o BCE e outros bancos centrais e acabou criando grandes excessos. “
Na Romênia, por exemplo, os bancos anunciavam que simplesmente bastava ter um documento nacional de identidade para se conseguir um empréstimo”. Isto funcionoe bem enquanto o crescimento econômico era forte. Porém agora as economias do Leste estão afundando, o desemprego está subindo, e a dívida acumulada nestes anos passados poderá não ser paga.
A festa terminou e chegou o momento de passar a fatura. Neste sentido, é possível que alguns destes países, como por exemplo a Ucrânia, terminem suspendendo os pagamentos, deixando de cumprir seus compromissos com a dívida, indica Enache. Apenas em 2009, as economias da Europa do Leste têm de pagar uma dívida no valor de 400 bilhões de dólares.
Quebra de paísesO resgate destes países não é a solução. “Usar o BCE, Fundo Monetário Internacional (FMI) ou o Banco Mundial para absorver as perdas dos bancos insolventes com o propósito de suavizar os desequilíbrios temporais no sistema da balança de pagamentos, é a pior solução que se pode pensar.
Com o tempo, a maioria dos desequilíbrios exteriores se resolverá sozinho. De fato, o retrocesso econômico já está encolhendo os déficits em conta corrente da região”.
Segundo Enache, “um completo resgate dos bancos responsáveis por conceder os maus empréstimos só exacerbará um sistema econômico de benefícios privados e perdas sociais”. Um sistema ”incompatível com a economia de livre mercado”.
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