domingo, 29 de março de 2009

Capitalismo ou mercantilismo

Diante da crise mundial, muitos estão falando que o Capitalismo morreu. Este é um erro reconhecido até pelos governos que nacionalizaram parcial ou totalmente os bancos que fracassaram dentro do sistema mercantilista que prevalece no mundo, alegando que eles serão vendidos (privatizados) quando arrumarem suas finanças.


Capitalismo é diferente de Mercantilismo. No Mercantilismo o Governo manipula o preço do crédito (taxa de juros) e com seu monopólio controla a oferta de dinheiro. Como se fosse pouco, com extensas regulamentações vigia as operações financeiras, não tanto para protegerem direitos, senão para protegerem interesses. Em tal sistema, os empresários perdem comedimento, pois sabem que serão salvos pelo Governo no caso de cometerem erros.

Ante a confusão que existe sobre Capitalismo, é melhor aclararmos os termos. Uma definição de “capitalista” é uma pessoa que possui capital. Outra definição de “capitalista” é aquele que está a favor do sistema econômico chamado Capitalismo. Muitos “capitalistas” não são “capitalistas” porque no estão a favor do sistema “Capitalista”. Outros são “capitalistas” ainda que não “capitalistas”, porque estão a favor do Capitalismo mesmo que não tenham capital.

É comum acreditar que uma pessoa que tem capital necessariamente esteja a favor do “capitalista”. Porem muitos “capitalistas” que fizeram fortuna dirigindo empresas planificadas desconfiam do Mercado porque o consideram uma desordem, pois, por definição, um Mercado não é uma organização planificada como um negócio, ou um exército, ou uma igreja, e não tem objetivos definidos. É o resultado espontâneo da ação humana, porem não do desenho humano. Cada participante tem seus próprios planos.

O Mercado ocorre espontaneamente quando se respeitam os direitos individuais, o exercício que se chama liberdade. Estes direitos são principalmente o direito à vida e integridade da pessoa, de escolher ocupação, religião, local da moradia, de dispor com exclusividade do legitimamente adquirido; de exigir o cumprimento de contratos livremente pactuados, e tudo isto dentro dos limites que impõem o respeito aos direitos das demais pessoas. Este é o limite da liberdade individual. Por conveniência própria, todos devem respeitar o direito dos outros de fazer as coisas de acordo com o próprio gosto, de forma diferente e inclusive competir com as mesmas atividades. Isto não é necessariamente a vontade de alguns “capitalistas”, pois consideram tal comportamento uma ameaça a sua segurança econômica e por alguns “capitalistas” que com freqüência buscam algum privilégio, que recebendo uma vantagem, desestimulem os outros a competir com ele. Isto não é nem Mercado nem “Capitalismo”: seu nome correto é Mercantilismo, sistema combatido por Adam Smith desde o século XVIII.

Se você acha estranho que possa ser regulamentado um sistema que não é planificado como o Mercado, pense na mais urgente necessidade que temos diariamente: obter alimentos. Porém ninguém se preocupa com o fato de encontrar comida perto de sua casa ao preço que possa pagar. Quem determinou o local para semear as cenouras, quanto será necessário de carne ou batatas para prover o Mercado para que não falte ou sobre alimento e além do mais, com que preços devem ser negociados ? Quando Lenin, na Rússia, tratou de organizá-lo coercitivamente, houve a fome. Os “capitalistas” lhe mandaram comida e ele abandonou a idéia de organizá-lo coercitivamente.

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