
Porem, qualquer observador atento aos sucessos em El Salvador está plenamente convencido da radicalizaçãop da FMLN e da história de seus dirigentes. No melhor dos casos, Mauricio Funes é um marionete das esquerdas mais extremas. O vice presidente, Salvador Sánchez Cerán, e o intelectual chefe do partido, José Luis Merino, são claros em suas reiteradas manifestações quando atacam frontalmente a propriedade privada. Inclusive o deputado do partido, Salvador Arias, destacou a necessidade de um referendo para modificar as estruturas “neoliberais” e implantar uma “democracia participativa” como a de Chávez.
Não se trata de evitar a crítica aos governos anteriores, apesar de alguns esforços meritórios de certas privatizações (algumas tímidas e outras mal feitas), a dolarização para evitar os desajustes da manipulação monetária local, as reformas nos sistemas de pensões (que não contemplaram que cada um disponha do fruto de seu trabalho como se prega) e outras medidas para melhorar a situação, ainda que resta muito a ser feito e o conturbado grupo de empresários que obtem favores do aparato estatal continue vigente. Mesmo assim, a porcentagem de salvadorenhos abaixo da linha da pobreza se reduziu à metade durante os últimos quinze anos.
É certo que a crise mundial reduziu as remessas de salvadorenhos nos Estados Unidos a seus familiares em El Salvador e o preço do café caiu significativamente, porem isto não justifica a adoção de medidas estatizantes que resultaram em pobreza em todos os países que as adotaram.
As maiorias estão fazendo estragos e fazem tábua rasa com os limites ao poder, convertendo a democracia em um roleta russa de consequências imprevisíveis. A justiça e o direito das pessoas não pode submeter-se aos espelhismos da aritmética.
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