quarta-feira, 8 de abril de 2009

Infernos Fiscais

Entre as medidas adotadas pela cúpula de Londres para lutar contra a crise, umas ineficientes e outras contra producentes, chama atenção a aprovação popular que suscitou a decisão de acabar com os paraísos fiscais. O Príncipe Rainier apenas replicou dizendo que não existem paraísos e sim infernos fiscais, definição que me parece muito mais ajustada, dada a voracidade estatal dos países social democratas.

Salvo que o dinheiro seja oriundo de um delito, não há nenhuma razão para perseguir os que querem colocar seu patrimônio a salvo do fisco de seu país de origem. Mas o G-20 não quer acabar com os paraísos para evitar a lavagem de dinheiro, mas sim que os políticos possam controlar exaustivamente todos os fluxos financeiros que foram gerados em seu território. Denunciar os países que respeitam a privacidade dos depositantes estrangeiros pela possibilidade de que sejam delinqüentes é como proibir as comunicações telefônicas privadas para acabar com algumas linhas de pagamento: um despropósito e um ataque injustificável à liberdade individual, que a massa aplaude, espoliada pela visão igualitária que a social democracia estimula com todos os meios ao seu alcance.

Os líderes mundiais querem que todo planeta seja um inferno fiscal, como definiu Rainier, motivo suficiente para a gente decente suspeite de suas verdadeiras motivações. Para eles não basta aceleras a máquina que fabrica dinheiro e multiplicar exponencialmente o gasto público, a melhor receita para que as crises se reproduzam ciclicamente, senão que querem acabar com os únicos redutos da privacidade que ainda escapam de seus manejos. Eles representam os rosto sinistro da nova Inquisição, ainda que se escondem do ébano e encanto cosmopolita da esplêndida Michelle.

Nenhum comentário: