quinta-feira, 2 de abril de 2009

A voracidade confiscatória do G-20

A crise atual tem uma característica diferente de todas as anteriores que tivemos desde o aparecimento do keynesianismo como uma liturgia econômica destinada a justificar a expansão do Estado. De 1929 até agora,quando a economia não podia se expandir através da redução da taxa de juros, os governos sempre tiveram uma margem orçamentária para justificar uma brutal expansão do gasto público.

O paradigma era o New Deal de Roosevelt: um grande programa de obras públicas e de políticas sociais que deram um novo significado na relação entre cidadania e o Estado. No final graças à receita keynesiana, o aumento do gasto público destinado a estabilizar as expectativas dos agentes econômicos sempre encontraram justificativa. O Estado só tinha de gastar e gastar até se saciar, tomando emprestado o que os investidores privados supostamente guardaram sob o colchão em uma conjuntura muito incerta, logo, quando a economia retomava o fôlego, só tinham de pagar este endividamento incrementando o arrecadação de impostos.

Agora todo este receituário keynesiano, ainda que indicado por grupos de políticos e economistas institucionalizados, está constrangido por uma dura realidade: em quase todos os países ocidentais a pressão fiscal já representa entre 40% a 50% do PIB. Dizendo de outra forma, é difícil, senão impossível, que os Estados aumentem muito os impostos no futuro para resgatar os enormes passivos que estão contraindo hoje. Basicamente devido ao fato que com a globalização, os capitais privados escapam rapidamente de uma fiscalização mais rigorosa para se refugiar em países com uma atitude mais respeitosa em relação à propiedade privada. Sendo assim, no futuro, quando sairmos desta crise e o Estado tiver de gerar superávits orçamentários para amortizar a dívida atual, os políticos terão de reduzir o tão endeusado gasto público.

Este gasto público, cada vez mais rígido e "irrenunciável" em um Ocidente em rápido processo de socialização, leva os políticos, sem reconhece-lo nem proclamá-lo, a ampliar sua capacidade em depenarnos, ou seja, decidiram derrubar os diques de contenção que o mercado havia erguido para proteger os indivíduos e sua riqueza.

É neste contexto que devemos entender a proposta de eliminar os paraísos fiscais e também a disparatada idéia de seguir em direção do protecionismo. Na medida do possível, os Estados buscam se coordenar para que não restem locais e abrigos internacionais para a proteção dos patrimônios privados. Estão tratando de impedir que este dinheiro que tanto incomoda os governos depredadores não tenha outra saída senão ficar retido em e à disposição de nossos famintos políticos.

O fechamento dos paraísos fiscais em nada contribuirá para impedir novas crises econômicas surjam no futuro. Só abrirá a porta para brutais aumentos de impostos no Ocidente. Talvez esta seja a panaceia que nos oferecem: uma economia socialista que não sofra períodos de crise, porque vive instalada nela.

5 comentários:

klauber C. Pires disse...

CAro amigo,

Adicionei seu blog na lista de LIBERTATUM (http://libertatum.blogspot.com)

Parabéns!

Abs

Klauber C. Pires

Anônimo disse...

A quem possa interessar

Tenho por convicção não aceitar indicações à prêmios sem efeito prático ou utilidade real ao movimento de oposição ao DESgoverno do Brasil. Desde já, agradeço aos amigos que indicam este blog, mas não aceitarei prêmios e com isso estarei livre da hipocrisia nos agradecimentos ou aos salamaleques à cada indicação. Ser premiado, reconhecido, ou mesmo famoso não é o que acredito ou busco na blogsfera . E ficar com a "SideBar" poluída de"reconhecimentos virtuais" não me faz mais ou menos atuante ou que terei maior ou menor credibilidade. Infelizmente existem blogueiros que estão transformando a blogsfera em uma verdadeira "ação entre amigos" com prêmios e mais prêmios sendo criados diariamente e com isso desviando o foco do verdadeiro trabalho de informar ou denunciar os corruptos e safados da politicalha brasileira. A união e o trabalho de fazer oposição é o que realmente interessa, mas acabam ficando em segundo plano atrás das vaidades e dos “reconhecimentos virtuais”. Não estou na Blogsfera em busca de dinheiro, portanto não faço do meu blog um balcão de anúncios, não preciso de fama ou reconhecimento público para viver. Apenas faço oposição ao DESgoverno do Brasil e toda classe de políticos corruptos e safados que infestam o país. Portanto, se alguma matéria, imagem ou vídeo aqui postados forem do interesse de outros blogueiros, podem copiar e postar sem a necessidade de pedidos de autorização. A idéia é denunciar e mostrar sempre. Para O MASCATE o que importa é fazer oposição e muito barulho. O que sobrar é espetáculo de circo ou muita auto promoção.

O MASCATE

Machete disse...

Obrigado Klauber, não conhecia seu trabalho, parabéns.

BOOTLEAD disse...

Fala Machete!

Veja no link abaixo e se reconhece a voz:

ESTE SIM É O CARA

Boot

O Mascate disse...

Machete.
Acho bem própria a criação de um prêmio para premiar os premiados contumazes.
A imagem do "se liga" é ótima, passou da hora de acabar com essa mania de ficar babando-ovos em forma de prêmios na blogsfera.
O povo só pensa em fazer média e a oposição que é o objetivo vai ficando para depois.

Ao anônimo que copiou e postou o meu manifesto só posso agradecer por passar adiante o meu posicionamento em relação aos prêmios que infestaram os Blogs.

Abçs e vamos à luta.